Sua história tem início nos cultos de Catimbó, onde segundo reza a lenda, teria sido um negro forte, exímio capoeirista e grande conhecedor das ervas. Teria ele migrado para o Rio de Janeiro nas primeiras décadas do século XX, juntamente com tantos outros nordestinos e aqui, sua fama cresceu mais ainda.
Como outros retirantes, foi residir nos morros e transitava pelas áreas mais frequentadas pela malandragem como Estácio, Zona portuária, Gamboa e na Lapa. Amante das prostitutas, jogador, capoeirista, boêmio e sedutor, rapidamente criou fama e passou a ser respeitado pelos homens, adorado pelas mulheres e perseguido pela polícia. Existem várias versões para sua morte, mas todos são unânimes em dizer que foi morto pelas costas, à traição, posto que pela frente era imbatível. Desencarnado, virou mito e jamais foi esquecido.
Na Umbanda, baixa nos terreiros dentro da linha de Exú. No Catimbó, recebe o título de Rei ou Mestre.
Fumando, dançando, bebendo e encantando, seja em qualquer um destes cultos, Zé Pilintra traz seus ensinamentos, sua sabedoria e malandragem para ajudar aqueles que buscam sua ajuda e proteção. Zé Pilintra é vaidoso, usa sempre um terno de linho branco, chapéu tipo Panamá, gravata vermelha, cravo ou lenço na lapela.
Sua alegria e irreverência são a tônica em sua incorporação, transformando qualquer gira em uma grande festa, entretanto, que não se enganem aqueles que a estas sessões assistem: em meio à alegria e às brincadeiras e ironias, o seu Zé Pilintra vai realizando sua missão e ajudando seus seguidores e apadrinhando seus protegidos.
O mais importante de tudo isso é que este espírito é um grande e fiel amigo, sempre pronto a nos socorrer.
Sarava Zé Pilintra!
Saravá a malandragem!